segunda-feira, dezembro 17, 2007

O sumiço rimado

Ora vejam só, deixado de lado

Numa noite quente verão.

Não teve pena, muito menos dó.

O rapaz que passava ao lado reparou o acaso,

Pediu dois chopes e um trago,

Sentou do lado da morena bacana

E disse em bom e alto tom:

Esse drinque, disse ele, deixa que eu pago.

Ela sorriu agradecida, muito satisfeita com o galanteio.

Mas foi nesse momento que o loiro alto que vinha do banheiro,

Olhou estupefato para cena e interveio.

Mulher minha!, bradou alto, eu cuido direito.

Por isso levante dessa cadeira e siga seu caminho.

Ao olhar em volta, a reprovação de todos,

Pediu desculpas e saiu de fininho.

Todos riram da cena presente.

Não se importando, nem sobre o que o rapaz sente.

O garçom chegou apressado para intervir,

Usando de toda sua malemolencia.

Eu, que estava sentado num canto, estupefato,

Tentei captar aquela essência,

Para assim entender, o real motivo da facada.

Mas como nessas horas, a voz sai embargada,

Achei melhor não dizer nada e sair a jato.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Soneto do trambique

Rogai por nós, ó perfeito trambiqueiro,

que seus dias estão contados.

Pois essa historia de jogar os dados

já, já irão acabar por inteiro.


Sua fala mansa, malandra, cantarolada

não engana nem senhora, idoso ou freguês.

Saberá que sua falcatrua está encerrada

no dia que verá o sol de dentro do xadrez.


Comece a correr, sem rumo, nem direção,

carregue uma mochila com roupas e pão.

Se quiser viver em liberdade.


Mantenha certeza que sua cara denunciará

em todas as cidades, de Porto Alegre ao Pará

que nada que tu falas é verdade.

Marcadores: