Cena 10 -Conversa de B para C
Vale ressaltar que isso é um rascunho da montagem de uma saga ou de uma peça para teatro. Vamos ver no que vai dar. Espero que gostem.
Cena 10 – Carro em movimento, depois de saírem de um restaurante japonês. Um barco moderado foi traçado, além de três sakes para cada. A animação é grande. Há musica no fundo.
B – Não acredito nessa ultima historia tua?
C – (Rindo) Pode apostar. Fiquei com a cara no chão.
B – É engraçado. Não poderia, quer dizer, não entra na minha cabeça o que ele aprontou para você.
C – É. A vida é assim mesmo!
B –Fico imaginando se eu estivesse no lugar dele. O que faria...
C – Como assim, o que você faria? (intrigada)
B –(Pausa. Respira fundo) Eu não te deixaria.
C – Como assim, não me deixaria?
B – (Rindo, mas falando com serenidade) Pois é, se tivesse a chance que ele teve, eu não desperdiçaria.
C - Você me conhece pouco. Fala da boca para fora....
B –(interrompe ela) Conheço-a o suficiente para colocar na cabeça que te quero.
C – (Silencio, envergonhada) To chocada.
B –Com o que?
C – Com as suas palavras....
B – Oxítonas ou sinceras?
C – (risos)
B – Engraçado né. Senão estivesse nesse transito caótico de saída de estacionamento, te falaria isso em outro lugar.
C – (injuriada) Isso não foi espontâneo, então.
B – Podemos dizer que sim. Em termos.
C – Que termos?
B – OK OK. Confesso que já olho para você há mais de um ano. Acompanho seus passos quando a encontro. Nada de freak total... Suavizo meu olhar, focando em toda a sua estrutura como pessoa.
C – (Chocada de novo) Chocada de novo! Quer dizer, estarrecida. Você poderia deixar de me fazer ficar vermelha? Você me acompanha, nem que por pensamento, há um ano e não disse nada?
B – É!
C – Mas se era uma coisa forte, porque demorou?
B –Não demorou, o tempo que determinou que estivéssemos aqui dentro desse carro. Alem do que, você era quase noiva.
C – E isso não te entristecia?
B –Muito, mas relevava de uma maneira que não a deixasse penetrar tanto no meu inconsciente. Até o santo dia, que você participou de um sonho meu.
C – (Assustada com as declarações) Do nada?
B – É. Do nada (arregalando os olhos). Acho que foi isso que me motivou a tomar uma atitude e te ligar.
C – (Rindo) e isso foi um impecilho para você? (Mais risos) Só neste ultimo verão você beijou duas amigas minhas, Dom Juan!! (Com sarcasmo)
B –(envergonhado) Pura coincidência. Você queria que falasse o que? Que na verdade era em ti que projetava meu encantamento.
Silencio no carro. Começa tocar uma musica romântica, ela repentinamente desliga o radio
B – Falei demais, não é?
C – Não esperava isso desse jantar. Peraí (pára um segundo) Confesso que fiquei intrigado com o seu convite. Me perguntei: O que será que ele tem?
B – Ah e o que mais? (meio canastrão)
O carro pára na porta da casa dela. Os dois saem juntos e caminham pela rua ate uma pequena praça.
B – Mais..?
C – Achei divertidíssimo. Só não saberia que o que aconteceria no carro fosse denso.
B –Denso é pesado demais. Que tal surpreendente e interessante?
C – Concordo em termos. Ninguém que conheci ate o momento foi de uma espontaneidade como você soltou no carro. Você me desconcertou.
B – HEHE. Foi de tanto te observar. O jeito de sua fala. Suas expressões quando mirada. Não só por mim, como por vários (com expressão de um pouco de ciúme).
Nesse momento, ela pára e toca-lhe o rosto. Ele se mantém estático, pego de surpresa pelo ato.
C – Não era mais fácil, se viéssemos rindo de sua piada até aqui e você tivesse tentado me beijar, igual a qualquer garoto normal?
B –Seria sim. Mas seria vazio para mim, pois era necessário te falar todo o andamento da historia. Já foi se o tempo de bater os olhos, desejar, consumar e contar para os amigos. É importante que seja sincero comigo e contigo também. É importante que carro, roupa, céu, estrelas e ruas saibam que sou atraído por você. Que te quero bem, senão não saía de casa.
C – Posso te beijar?
B – É claro, por que você não falou isso há um ano.
Os dois beijam-se. Saem de mãos dadas.
3 Comments:
tem um filme q o woddy allen pede um beijo pra mulher q ele está saindo antes de irem ao restaurante comer, depois de um filme, se não me engano... tudo isso pra evitar constrangimento no final do encontro, quando ele a deixasse em casa e os dois ficassem sem palavras e não soubessem como agir na hora da despedida! bela saída! ;o)
Gostei muito-muito!!!!, mas também fiquei pensando...
Me veio este fragmento de letra de canção do Silvio Rodriguez : "La cobardía es asunto
de los hombres, no de los amantes.
Los amores cobardes no llegan
a amores,ni a historias, se quedan allí
.Ni el recuerdo los puede salvar,
ni el mejor orador conjugar."
Quero ver essa peça no teatro, promete!!!
besos,
gabriela
Muito bom esse. Divertidíssimo! Gostei e super apoio continuidade no projeto. Boa sorte!
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