Conversa de A para B
B: - Perfeito!
A: - Como assim?
B: - Nem tanto!
A: - Concordo! Falta algo, mas não sei o que!
B: - Então não diz que falta algo!
A: - Mas aí não serei sincera.
B: - Por acaso alguém falou de sinceridade?
A: - Quando te conheci, coloquei na cabeça que seria sempre assim.
B: - Mas isso é que mata!!!!
A: - “O que não mata, fortalece”.
B: - E o que tem a ver esse provérbio na conversa?
A: - Sei lá, achei que ia ficar culto.
B: - Mas eu já te comprei faz tempo, não precisa se vender para mim.
A: - É! Eu sei.
B: - Mas preciso melhorar...
A: - Todos nós precisamos melhorar!!!
B: - Quem todos nós, cara pálida?
A: - Ué? Eu, você, seus amigos, a família e o resto do mundo.
B: - Isso é redundante demais.
A: - To sabendo, mas preciso generalizar.
B: - Por quê?
A: - Porque se colocar só alguns nomes, você me criticará, como ultimamente anda fazendo.
B: - O que é isso? Síndrome de perseguição?
A: - Não! Não começa! Chega de agressividade mútua.
B: - Que agressividade?
A: - Ai, meus deus. Essa sua mania tola de responder minha pergunta, com outra pergunta.
B: - Nunca tinha pensado nisso.
A: - Esse é o problema. Você não percebe o momento.
B: - Como assim? Quer discutir a relação.
A: - Que relação? Nunca tivemos nada! Tá doido?
B: - Não. Mas somos amigos, não é?
A: - Acredito que sim. Saímos diversas vezes juntos. Cinemas, restaurantes, discotecas e praia. Mas voltamos sempre os dois juntos, na maioria das vezes de “mãos abanando” rindo de nossas conquistas frustradas.
B: - Nem sempre. Muitas vezes saio triunfal!
A: - Quando? Não me faça rir!
B: - Que isso.... que ultraje! E aquela vez no cabaré?
A: - Quando?
B: - Ué? Mês retrasado.
A: - Não me lembro!
B: - Claro, você foi ao banheiro bem na hora que uma menina, bem bonita por sinal, tropeçou e veio ao meu encontro. Tentamos desviar de bater a cara um no outro. Mas viramos para o mesmo lado e aí não deu outra.
A: - Pegou?
B: - Posso dizer que sim. Um selinho ao acaso...
A: - Foi bom?
B: - Acho que foi. Quis mais, porém ela esquivou.
A: - Ela disse algo?
B: - Disse.
A: - O que, menino?
B: - “Desculpa! Foi mal mesmo”.
A: - Ahahah!
B: - Ta rindo do quê?
A: - Da sua história, cheia de detalhes, mas com o final surpreendentemente frustrante.
B: - Você já está acostumada a ouvir isso.
A: - Mas é bom demais. Me divirto contigo!
B: - Quer que na próxima vez, ao contar detalhes faça em cima de um skate jogando malabares?
A: - Não vou rir!
B: - Por que não?
A: - Porque não seria você, ora bolas!
B: - Com ou sem bolas?
A: - AHAHAH. Pára!
B: - Não to fazendo nada.
A: - AHAHAHA
B: - Tá lembrando de alguma piada ou situação cômica?
A: - Ahahaha!!!!!! Tô passando mal.
B: - Precisa de hospital????
A: - AHAHHAAH! Pára! Tô ficando sem ar.
B: - Quer respiração boca a boca? Pratiquei uma vez quando tinha 14 anos, no curso de salva vidas em Ipanema. Com uma prancha de isopor....
A: - AHAHAHAH. Por favor....Ahahah....
Beijo Um. Beijo dois. Beijo Três. Silêncio
Beijo Quatro. Longo Beijo Cinco!
A: - Perfeito!
B: - Como assim?
4 Comments:
olha, voce deveria ser assassinado por escrever/descrever coisas e a vida alheia tao descaradamente!
hahaha.
isso foi um elogio.
beijos.
Caramba, que intimidade com a intimidade dos outros, digo, de personagens...
Gostei muito, como também do Urticária - um conto em estilo fantástico.
Parabéns!!!
Sandra Freitas.
Só para dizer que realmente não quero ficar no anonimato.
Sutil...poético...
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