Parati
Ando pelas ruas cheias de Paraty. Tropeço entre pedras e montes d’agua, caminhando com passo lento ao largo de passos largos de outros. Não vejo ninguém, a não ser as pequenas edificações antigas e suas luminárias centenárias. Nada impede de que siga meu caminho em direção norte. Defino essa trajetoria com a mesma certeza de que ignoro as risadas, as fumaças, as alegrias dos outros. Sentimental como estou, pretendo encontrar somente o meu bem estar.
Cruzo olhares. Esses não consigo escapar e alimentam meu destino. Verdes, claros, castanhos, puxados ou fechados, não deixo nenhum sem ter pelo menos uma mudança ocular minha. Como vicio quimico. Não imagino que algo encontrarei, mas tenho imaginação fértil em saber que nada perderei. Nenhuma daquelas pedras irá deter meus pensamentos. Uma música vem a cabeça, sem letra. Faço de meus passos, partituras. Faço de meus gestos, versos. Versos estes que não consigo mensurar a sensação de plenitude. Tudo incomoda, tudo se vai.
Contorno esquinas desertas cheias de risos complacentes de histórias incríveis que jamais escutarei. Seus sorrisos também me alimentam. Suas roupas detem meu espectro em segundos preciosos. Sucumbo a tentação. Esboço palavras desconexas. O tilintar das estrelas reflete a imensidão do negro mar. Cheiros diversos entopem minhas narinas. Nebulosas são as nuvens que encobrem a pequena lua que surge! Situações corriqueiras tornam o andar mais dificil. Cada passo dado parece perto da eternidade. Meu corpo sente a dificuldade e passo a flutuar, sem ao menos sair do chão. Os desniveis tornam-se retos. Caminho rápido e tenho a afirmação certa de que tudo isso não passa de um devaneio. Um louco devaneio pelas ruas históricas de uma cidade esquecida pelo futuro e lembrada por seu passado.
Como numa fotografia em preto e branco, sorrio para a camera imaginária da vida, concluo que nada me pertence, tiro a chave do bolso, abro a porta da realidade nociva que me cerca e vou dormir. Vou dormir sabendo que amanhã novamente andarei pelas ruas cheias de Paraty.
Cruzo olhares. Esses não consigo escapar e alimentam meu destino. Verdes, claros, castanhos, puxados ou fechados, não deixo nenhum sem ter pelo menos uma mudança ocular minha. Como vicio quimico. Não imagino que algo encontrarei, mas tenho imaginação fértil em saber que nada perderei. Nenhuma daquelas pedras irá deter meus pensamentos. Uma música vem a cabeça, sem letra. Faço de meus passos, partituras. Faço de meus gestos, versos. Versos estes que não consigo mensurar a sensação de plenitude. Tudo incomoda, tudo se vai.
Contorno esquinas desertas cheias de risos complacentes de histórias incríveis que jamais escutarei. Seus sorrisos também me alimentam. Suas roupas detem meu espectro em segundos preciosos. Sucumbo a tentação. Esboço palavras desconexas. O tilintar das estrelas reflete a imensidão do negro mar. Cheiros diversos entopem minhas narinas. Nebulosas são as nuvens que encobrem a pequena lua que surge! Situações corriqueiras tornam o andar mais dificil. Cada passo dado parece perto da eternidade. Meu corpo sente a dificuldade e passo a flutuar, sem ao menos sair do chão. Os desniveis tornam-se retos. Caminho rápido e tenho a afirmação certa de que tudo isso não passa de um devaneio. Um louco devaneio pelas ruas históricas de uma cidade esquecida pelo futuro e lembrada por seu passado.
Como numa fotografia em preto e branco, sorrio para a camera imaginária da vida, concluo que nada me pertence, tiro a chave do bolso, abro a porta da realidade nociva que me cerca e vou dormir. Vou dormir sabendo que amanhã novamente andarei pelas ruas cheias de Paraty.
4 Comments:
Parati exala mesmo um perfume de prosa, poesia. fácil fácil alçar vôo e viajar pela imensidão de cores e luzes que lá há.
Adoro as palavras ilustradas do seu texto!dá pra sentir Parati daqui! Bj,
Eu ando pelo mundo... cheio, desconexo, confuso...
Saudades!
Qué bonito...
leerte me llenó de sensaciones ,de imágenes casi difusas
que incomprensible y mágicamente han conseguido confortarme en este momento en que la lluvia, la noche y la soledad me tenían presa de la nostalgia
La suelto y voy a dormir.
Quién sabe por que ruas andarei amanhã...
Beijos :-)
Bruno,
Adorei!
Esse texto tem música e cor. Lindo!
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