Discernimento
Já de perto não pôde discernir o certo do errado. A cabeça dava voltas e mais voltas. Atordoado com a cena retirou-se. Bateu a porta com força e procurou a escada. Vomitou. Não tinha nada em seu estomago. Puro estresse. Pura descoberta. Não soube como reagir ao vê-la com outro. Não se perguntou porque. Perguntou-se quando. Não podia crer na cena. Seu amor com outro. Eu a amo! Gritou ele. Nada adiantou os ecos. Ninguém o acudiu. Descendo cada vez mais rápido procurava ar puro. Ar que pudesse respirar, não esse petrificado, que pesava toda a vez que inalava. Adentrou o pátio com os olhos vermelhos, esbugalhados, rosnando algo incompreensível. Não cruzou com ninguém. Aqui fora o ar estava frio, denso e a nevoa encobria a paisagem.
Cinco semanas. Nada mais que cinco semanas foram capazes para se enamorar, gostar, amar e desiludir. Caíra de cabeça na relação. Sem princípios definidos não soube como agir. Ficou desiludido com tudo. Sua voz embargada procurava estruturar as idéias. Sentou-se no meio fio. Uma leve chuva começou a cair. Não se importava com nada. O que o incomodava era o fato de vê-la com outro. Não importava se o outro era seu namorado e ele, o mero coadjuvante. Não sua historia, ele era o principal. Tudo o rondava. Sabia desse perigo, mas ocultou. Tinha complicações em se declarar, porem recitava as coisas mais lindas. Conhecia a família, mas ao mesmo tempo não existia. Como uma sombra real, vivia pelos cantos esperando horas contadas para realização e prazer. Quem queria isso? Ele.
Desiludido pela terceira vez, tirou os sapatos, colocou debaixo do braço e desceu a grande avenida andando pela calçada, jurando que aprenderia a não mais fazer isso até o momento que se apaixonasse novamente.
3 Comments:
que profundo vaks.
gostei!
abs
será que tem uma vela nessa história???
Acho que tem uma vela. Uma vela q o vento bate e apaga.
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