Lingua Portuguesa
Entendo como exagero, algo fora do comum a ser realizado por alguém ou algo por algum motivo. Mas se quiser, pode procurar num dicionário ou em uma das letras de Cazuza. Foi desse modo que o sujeito apareceu e logo pareceu equivocado.
No próprio ônibus, botou na cabeça que dessa vez sua voz seria ouvida e aplaudida em Paraty. Não pelo tilintar das marés ao bater nas rochas, mas a partir de sua poesia. Ou seria prosa? O sujeito tinha dificuldade de se afastar do predicado (quiçá do pronome obliquo). Mas tudo bem, tudo é festa e vamos celebrar.
A primeira impressão ao chegar foi que seria um sujeito oculto. Invisível ao olhar das grandes estrelas em evidência, resignou-se a andar a ermo pelas pedras das ruas do centro histórico, tropeçando suas prosas, ou poesias? – para os comensais enólogos. Público ideal para um clamor natural de palmas.
Que de certo, não aconteceram, pois as conversas alheias transmutavam entre si tornando diálogos inadequados em peças de teatro diabolicamente sem nexo. Nem o melhor dos detetives conseguiria decifrar tamanha estapafúrdia.
Sujeito indefinido esse que não baixou a guarda e continuava com a louca obsessão do clamor popular. Tentou diversas vezes, talvez cuspindo poemas da boca como os palhaços que vira cuspindo fogo ou quem sabe colocando uma melancia na cabeça.
Lá pelas tantas, devido a formidável seleção de cachaças que tinha tomado, graças às amostras grátis que pedira nas cachaçarias, viu-se num hiato perverso de sua vida. Não tendo mais razão para o que sentia, já que os outros não entendiam sua sublime inspiração nem o futuro do pretérito de suas poesias, ou seriam prosas? – agarrou-se ao grande véu que enfeitava a igreja principal e sentou-se plenamente resignado na areia da praia contemplando a conjunção do mar com as montanhas, sendo que a noite transformava tudo numa coisa só, o preto estrelar.
Mal sabia ele que virou a noticia maior do encontro literário, já que nenhum adjetivo foi capaz de ser interpelado quando ao meio dia da palestra principal, seu corpo apareceu boiando no rio que desemboca na baía de Paraty, com o véu ao seu redor. Sem advérbios para exprimir a perplexidade, a platéia somente suspirou. Eta sujeito enrolado!
No próprio ônibus, botou na cabeça que dessa vez sua voz seria ouvida e aplaudida em Paraty. Não pelo tilintar das marés ao bater nas rochas, mas a partir de sua poesia. Ou seria prosa? O sujeito tinha dificuldade de se afastar do predicado (quiçá do pronome obliquo). Mas tudo bem, tudo é festa e vamos celebrar.
A primeira impressão ao chegar foi que seria um sujeito oculto. Invisível ao olhar das grandes estrelas em evidência, resignou-se a andar a ermo pelas pedras das ruas do centro histórico, tropeçando suas prosas, ou poesias? – para os comensais enólogos. Público ideal para um clamor natural de palmas.
Que de certo, não aconteceram, pois as conversas alheias transmutavam entre si tornando diálogos inadequados em peças de teatro diabolicamente sem nexo. Nem o melhor dos detetives conseguiria decifrar tamanha estapafúrdia.
Sujeito indefinido esse que não baixou a guarda e continuava com a louca obsessão do clamor popular. Tentou diversas vezes, talvez cuspindo poemas da boca como os palhaços que vira cuspindo fogo ou quem sabe colocando uma melancia na cabeça.
Lá pelas tantas, devido a formidável seleção de cachaças que tinha tomado, graças às amostras grátis que pedira nas cachaçarias, viu-se num hiato perverso de sua vida. Não tendo mais razão para o que sentia, já que os outros não entendiam sua sublime inspiração nem o futuro do pretérito de suas poesias, ou seriam prosas? – agarrou-se ao grande véu que enfeitava a igreja principal e sentou-se plenamente resignado na areia da praia contemplando a conjunção do mar com as montanhas, sendo que a noite transformava tudo numa coisa só, o preto estrelar.
Mal sabia ele que virou a noticia maior do encontro literário, já que nenhum adjetivo foi capaz de ser interpelado quando ao meio dia da palestra principal, seu corpo apareceu boiando no rio que desemboca na baía de Paraty, com o véu ao seu redor. Sem advérbios para exprimir a perplexidade, a platéia somente suspirou. Eta sujeito enrolado!
5 Comments:
Bruno, ficou ótimo menino, bem visual, bem amarrado, prosa ou poesia??? Maravilhoso o final.
vou te ligar amanhã pra gente conversar sobre outras coisas...
Postei o meu texto no blog. amanhna o revisarei. pode me mandar um feedback, por favor, antes de entregar pro Joaquim?
Reli teu texto, tá ótimo,enxuto. Quanto ao meu.... tó achando longo. Acha que devo cortar algo? O quê, por exemplo?
cadê o texto novo?
Foi mal não ter te ligado, o Adam, meu primo e a namorada jantaram aqui e não iam embora nunca.Ficou tarde.
Vou entrar aqui de novo amanhã pra ver se tem coisa nova, ou antiga...
Ótimo como sempre...
Tem quem diria que este é conto. E o lá de cima, crônica. Já eu, acho que essa discussão é chata e nem leva à graça torradinha de um tostines. O assunto rola. A gente escreve, e você, pra quem não quer nada, até que escreve bastante. E isso é tudo, rótulo só serve pra ajudar os críticos, que fingem saber tudo, mas no fundo no fundo mesmo, não sabem de nada.
Postar um comentário
<< Home