Salvador
- E ai Salvador?
- (Risos).
- Você não me engana.
- Eu sei que não.
- Há quanto tempo?
- Não sei. Desde aquele dia no baixo.
- Que eu fiz a mesma brincadeira.
- Pois é.... Muda o disco.
- Olha lá, que intimidade é essa?
- (envergonhada) Desculpe, não foi minha intenção.
- Previsível...
- O que?
- Sua reação...
- Ahhhhh
- Desculpe a pilha. Me empolguei.
- Ah é?
- É, em te encontrar de novo.
- Assim ruborizo....
- E como vai a cidade?
- Você que me diz. Você vive lá.
- Que isso? Aquela foi a ultima vez que estive. Você que dá risada toda a vez que tocamos nesse assunto.
- É mesmo. Olho pra você e sei que vem alguma gracinha. Tipo Salvador.
- Mas é sua cara. E não adianta dizer que foi descansar, tomando caipirinha de siriguela na praia, por que sei que foi caipirinha de siriguela. Mas na Avenida.
- Ok, (risos) você venceu.
- Ainda não, no dia que completar os cinco dias de circuito pode me chamar de vencedor. Mas voltando ao assunto pertinente, não imagina porque queria te encontrar.
- Então diga, sou toda ouvidos.
- Gravei uma fita cassete...
- Fita cassete?
- Isso mesmo, com os maiores hits de axé music desde a época de Luis Caldas. Fiz questão de limar Carrapicho porque vem lá da Amazônia. E Amazônia não é axé, Salvador!
- Nossa, que noticia bombástica. Mudou minha pacata vida. Pretende fazer o que com essa fita viciante?
- Taí, ainda não pensei no que fazer, primeiramente queria te contar essa minha aventura. Cheguei a perder algumas horas, para não dizer dias atrás de cópias dessas músicas.
- Mas o que tem de bom nessa fita?
- Os clássicos, Ivete, Chiclete, Asa. Os super clássicos Armandinho, Daniela e Margareth. Porque sabe como é, quando você é intimo só chama pelo primeiro nome. Grupos com nomes lindos, como Patchanga, Harmonia do Samba e a voz potente de Carlinha. A Perez.
- Estou impressionada.
- E é claro, Brown. O único invertido de todos.
- Luis Caldas e “nega do cabelo duro”?
- Claro.
- Tem Beto Barbosa?
- Ahahahahaha. Você acha que eu ia esquecer um clássico da década de 90. Logo depois de Netinho e aquele grupo que canta papo de jacaré.
- Agora estupefata. Papo de jacaré é surreal.
- Te falei Salvador. Pensei em você quando fiz essa fita. Só não tive o tempo de treinar as coreografias....
- Aí então o que você quer de mim? Que eu te ensine?
- Que pretensão!!! Você se considera tão boa assim para me ensinar?
- Acho que sim. Você esta me desmerecendo.
- Peraí, não posso gravar uma fita pra você e te desmerecer. Considere isso uma honra. Pega o walkman.
- Que walkman? Só tenho ipod.
- Chique!
- Que nada! Antenada!
- Chique!
- Ta bom, sou chique!
- Vamos parar com essa discussão. Toma a fita e escuta em casa.
- Agora não vai dar. Acabou o Carnaval, to na rebordosa.
- Rebordosa?
- É. Sabe quando você tem uma overdose de algo? Foi isso. Preciso descansar a mente.
- Salvador, não faz isso comigo. Gravei com todo o carinho... e eu pretendia, lá no fundo da minha cabeça, que você me ajudasse.
- Ajudasse?
-É. Dessa forma poderíamos nos encontra mais uma vez, não dessa maneira esporádica e imprecisa.
- Entendi. Você quer me conhecer melhor.
- Provavelmente. Se falasse logo na lata seria descartado. Sabe como é a impulsividade.
- Quem disse?
- Eu.
- Combinado, agora espero que tenha uma cópia também.
- Para que?
- Para você escutar e não se esquecer de Salvador.
- Vai ser impossível. To com o swing na cabeça.
4 Comments:
salvador tem o poder de criar na vida de todos nós muitas histórias... e todas swingadas!! haha!
Salve Salvadorrrrrrrrrrr!!!
Qd vc vem?!?!?!
Bom te "ler" novo!
Saudadessss
Cheirossss
Ta vivo?!
Só dando um alô. Peguei o link de seu blog na ficha de inscrição.
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